Paralisação: servidores do Ipsemg entrarão em greve a partir desta sexta-feira

Trabalhadores do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) entrarão em greve a partir desta sexta-feira (23). O anúncio foi feito em audiência pública realizada na última quarta-feira (21) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). 

A reunião entre os servidores, lideranças dos sindicatos e a diretoria do Ipsemg debateu problemas enfrentados pelos servidores, além da suspensão do atendimento prestado por hospitais e clínicas credenciados devido ao atraso no repasse de recursos do instituto.

Atualmente, existem 4 mil pessoas à espera de cirurgias a serem realizadas em unidades hospitalares credenciadas pelo Ipsemg. Mas, segundo Geraldo Henrique, diretor do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado (Sindpúblicos-MG), os procedimentos podem não ocorrer, uma vez que a suspensão do atendimento aos beneficiários do instituto tem sido recorrente. Ele ainda exigiu a demissão do atual presidente do Ipsemg, Hugo Vocurca Texeira.

Com o número de funcionários reduzido, a contratação de terceirizados e comissionados aumentou, os profissionais estão se aposentando e as condições de trabalho estão precárias. “Diante da ausência de sinalização do Poder Executivo em tomar medidas efetivas, vamos entrar em greve por tempo indeterminado", anunciou a presidente do Sindicato dos Servidores do Ipsemg (Sisipsemg), Maria Abadia de Souza.

Condições de trabalho

Durante a reunião também foi pontuada a situação precária de trabalho dos servidores estaduais que enfrentam parcelamento de salários desde o ano passado. A coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, afirmou que o governo deve R$ 200 milhões ao Ipsemg e denunciou o desvio de recursos da previdência estadual para o caixa único do Tesouro.

Gestor afirma que vai regularizar pagamentos

O presidente do Ipsemg, Hugo Vocurca Texeira, reconheceu o atraso nos repasses e anunciou que já foi pactuado um cronograma de pagamento para regularizar a prestação dos serviços da rede credenciada. Ele disse que as negociações estão em andamento e citou exemplos de instituições que já retomaram o atendimento aos beneficiários, como o Hospital Luxemburgo, em BH.

"O governo está providenciando os pagamentos a fornecedores e a credenciados. Quero crer que em março tudo será regularizado. Reforço que o atendimento a servidores impactados pela Lei 100 estão desbloqueados. Eu como gestor e bom negociador que sou, inicio amanhã [quinta-feira, 22] mesmo meu trabalho de intermediação das demandas apresentadas hoje", completou ainda o assessor-chefe de Relações Sindicais do governo, Carlos Calazans.