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Saiba como proteger seu bichinho do incômodo dos fogos da virada

Conheça técnicas que podem ajudar seus bichinhos a não sofrer com os barulhos dos foguetes



Créditos da imagem:
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Redação Sou BH
29/12/17 às 14:29
Atualizado em 01/02/19 às 19:17

Foto: Vetpharma/PxHere/Alexandre Macieira

A queima de fogos na virada de ano é tradição em muitas cidades do país, mas o que é motivo de alegria e deslumbramento entre as pessoas acaba sendo um momento de desespero para os animais, silvestres e domésticos. É possível, entretanto, criar um ambiente seguro para os animais de estimação, para minimizar os riscos de fuga ou para evitar que eles se machuquem.

“A nossa capacidade humana de perceber o mundo não é a mesma dos animais. A sensibilidade de audição e visão pode ser mais ou menos apurada para cada espécie. Nós temos uma capacidade de um gradiente de cores muito mais complexo que a maioria dos animais, mas a percepção auditiva deles é mais apurada que a nossa”, explica a médica veterinária Vânia Plaza Nunes, diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e especialista em comportamento e bem-estar animal.

Os riscos para os animais, segundo Vânia, são vários. A luz e o brilho dos fogos de artifícios podem causar mais impacto nos animais noturnos por exemplo, como os morcegos e os gatos. “Eles têm uma acuidade visual muito grande, então pouca luz já é suficiente. Então aquilo [fogos] causa pânico, porque foge ao padrão normal a que eles estão acostumados", afirma. Para o olfato, as bombas e fogos também são prejudiciais, pois liberam pólvora e outras substâncias químicas e metais.

“Com o som, o problema é mais grave ainda”, diz a especialista, pois eles captam os infrasons e os ultrasons, que não são percebidos pelos humanos. “Os morcegos usam isso para se orientar. Se você solta fogos em área perto de mata, eles vão perder a capacidade de voar, podem cair, entrar na casa das pessoas. Para os cães e gatos aquilo também não faz parte do comportamento normal, eles ficam muito assustados”, afirma Vânia.

Segundo a médica veterinária, nesses momentos, os animais têm o chamado comportamento de luta e fuga, que é o comportamento instintivo que todos os seres vivos têm para tentar se defender. Ela explica que, assim como os animais, pessoas com autismo e crianças pequenas também se incomodam com os efeitos dos fogos.

Prepare seu pet

O susto e o pânico que podem ser causados pelos fogos de artifício nos bichinhos já foram responsáveis por uma série de acidentes. Na semana passada, na noite de Natal, um caso foi muito comentado nas redes sociais: um pitbull atacou a outra cachorrinha da casa e a feriu bastante ao se assustar com o forte barulho dos fogos. Para evitar esse sofrimento para os animais e dar mais conforto e segurança a todos que convivem com eles, algumas precauções podem ser tomadas.

De acordo com Vânia Plaza Nunes, não é recomendado dar calmantes aos animais, mas os ferormônios de apaziguamento, encontrados em casas de produtos veterinários, pode ser colocados nos ambientes para deixá-los mais harmônicos. Outra dica da veterinária é colocar uma música ambiente em uma intensidade que vai competir um pouco com o som externo. “E, se possível, a pessoa pode ficar junto, porque a companhia acalma o animal. Mas tomando cuidado para não reforçar o comportamento de medo para o animal”, explicou.

Uma outra técnica, que inclusive ficou bastante famosa nas redes sociais, é que se usa uma faixa para amarrar o dorso do cãozinho. A eficácia da técnica consiste no fato de que ela funciona como um abraço e traz tranquilidade em ambientes hostis.  Segundo Vânia, a faixa levemente elástica deve passar pelo peito do cão e cruzar e amarrar nas costas. Confira na imagem o passo a passo de como cruzar a faixa no dorso do seu pet.


Foto: Divulgação/Vetpharma

1 - Posicione a faixa na altura do peito;
2 - Cruze SOBRE o dorso;
3 - Cruze SOB o dorso;
4 - Puxe as pontas para cima e amarre com um nó próximo à coluna

Mudança de comportamento

Para Vânia, as pessoas poderiam abolir os fogos de artifício como forma de diversão. “Talvez usar os recursos de uma forma melhor, empregar o dinheiro para minimizar os danos ambientais e criar outros mecanismos de celebração social”, disse. “Mesmo estando no século 21, continua-se reforçando esse tipo de prática. Está na hora de mudarmos esse marco civilizatório”.

Segundo a especialista, muitas cidades estão conseguindo avançar em projetos de lei que regulam a comercialização e queima de fogos de artifício, como Campinas, Santos e Sorocaba, todas no interior de São Paulo. “Tem uma minimização, mas não resolve o problema”, disse.

Com Agência Brasil