FecharX

PBH vai 'vigiar' moradores que ignoram combate à dengue; 90% dos focos estão dentro de casa

Por meio de aplicativo, desenvolvido pela Prodabel, será possível acompanhar quem faz checagem permanente dos focos do mosquito



Créditos da imagem: Cláudia Capistrano/PBH
Main 162352 26406299966 5b2fef1749 k
Redação Sou BH
27/12/17 às 17:48
Atualizado em 01/02/19 às 19:17

Por Camila Saraiva

Você é daqueles que só verifica seus vasos de planta, caixa d'água, garrafas pets e pneus no quintal quando a vigilância sanitária bate à porta? Já que a consciência social anda faltando, a  Prefeitura de BH anunciou que a fiscalização deve ficar mais rigorosa em 2018. A gestão municipal lançou nesta quarta-feira (27) um aplicativo para auxiliar o belo-horizontino e, ao mesmo tempo, mapear quais moradores são mais irresponsáveis - e, assim, aperfeiçoar as visitas.

O aplicativo, gratuito e disponível nas lojas virtuais, foi batizado como BH Sem Mosquito disponibiliza um checklist para que 
os próprios moradores verifiquem diversos itens de prevenção contra dengue, chinkungunya e zika vírus. 

A novidade foi apresentada juntamente com um dado alarmante: quase 90% dos focos do m
osquito Aedes Aegypti estão dentro de casa. “Esse índice vem crescendo ao longo dos anos, normalmente era 80%, estamos nos aproximando dos 90% [exatamente 87%]. A participação da população é decisiva", afirma o subsecretário de Promoção e Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta. 

A PBH explica que um trabalho relativamente simples dos moradores pode evitar a proliferação do mosquito. "Basta checar, uma vez por semana, 
pontos como copos, pratos de vasos de planta, ralos", exemplifica Pimenta.

Com as informações coletadas pelo aplicativo, como as coordenadas e os itens verificados, a Defesa Civil poderá analisar quais regiões estão empenhadas no combate ao foco do mosquito e quais precisarão de mais atenção dos agentes da vigilância sanitária. 

“Se o cidadão colaborar, a gente pode extrair daí informações que até contribuam para a Defesa Civil, órgãos de saúde nas campanhas educativas, nas ações efetivas, as regiões que estão tendo menos colaboração sejam um foco maior para outras ações”, explica o gerente de geotecnologia da Prodabel, Cristoferson Bueno.

BH Sem Mosquito

A ferramenta disponível para Android e IOS permite adicionar lembretes em dias e horários escolhidos pelos usuários para fazer a checagem em casa. “É basicamente uma lista com os itens que a pessoa tem que lembrar de verificar”, revela Bueno. 

Entre as funções do app estão a lista de colaboração, o calendário, que registra todos as checagens do usuário, e o mapa colaborativo que indica os locais de maior participação dos moradores.  


Divulgação/Secretaria Municipal de Saúde

2017

Em comparação ao ano passado, BH reduziu em 99% o número de casos de dengue. Só em 2016, a capital registrou 61 mortes e mais de 150 mil casos confirmados da doença contra 885 casos neste ano e nenhuma vítima fatal.

“O pior desastre em BH com ocorrências de mortes foi a dengue. Não demos a importância, a divulgação e a gravidade que é 60 pessoas morrerem em uma cidade por dengue. Isso é uma derrota pra nós”, lamentou o coronel da Defesa Civil, Lucas Alves.  

Já para as outras doenças transmitidas pelo mosquito aedes Aegypti os números variam. Em 2016 foram confirmados 732 casos de Zika e 60 de chinkungunya, contra 19 e 83 casos das respectivas doenças em 2017.  

Ano novo

Mesmo com um cenário favorável em 2017, a prefeitura alerta a população para os cuidados permanentes dentro das residências e locais com grande quantidade de pessoas. “Basta 10 minutos de uma checagem simples para que todos fiquem fora de risco”, completa o coronel.

Entre as medidas dos órgãos de saúde pública para 2018 estão: buscar a adesão do aplicativo em escolas e sociedade civil; manutenção e ampliação das ações intersetoriais e integradas; ampliação dos projetos em parceria com a Fiocruz: Wolbachia, Arbo – Alvo e Armadilhas disseminadoras.