Quer parar de fumar? Prefeitura tem programa gratuito de controle do tabagismo
Conheça a rede de apoio a fumantes em BH e veja estratégias para largar de vez o vício
No Brasil, 10,1% da população é fumante. Um dado preocupante
em pleno 2019, quando os malefícios do cigarro são mais do que comprovados. No
entanto, a disseminação de informações sobre as vantagens de um estilo de vida
mais saudável tem mudado esse quadro. Em BH, o percentual de tabagistas caiu de
15,6% para 8,7%, em 10 anos.
Os fumantes belo-horizontinos têm um aliado a mais na luta
contra o vício, o Programa de Controle do Tabagismo da prefeitura. Afinal, como
é considerado uma doença devido à dependência da nicotina, o problema é questão
de saúde pública.
O tratamento é feito com profissionais,
prioritariamente nos Centros de Saúde (CS) da cidade. Para participar, basta
manifestar o interesse a uma equipe da unidade de básica de saúde mais próxima
e aguardar a oferta de uma nova turma. São seis meses de apoio baseado na
terapia cognitivo-comportamental, e a indicação de remédios, se for necessário.
“Reforçamos no grupo o conceito de que o
medicamento não é totalmente responsável pelo resultado. É preciso vontade do
usuário e o apoio multiprofissional. Desenvolvo o grupo há sete anos, e é
relevante perceber que os encontros têm gerado efeito”, afirma Fabíola Fraga,
fonoaudióloga do CS Dom Cabral.
A abordagem intensiva na capital é feita em
grupos de 10 a 15 participantes, podendo haver atendimentos individuais, em
casos específicos. A equipe é composta por 1 ou 2 profissionais de saúde de
nível superior, com quatro sessões semanais durante o primeiro mês, duas
quinzenais, e uma reunião mensal do terceiro ao sexto mês, totalizando dez
sessões.
O elemento mais importante, porém, é o desejo
de largar o vício. A farmacêutica e referência técnica do programa, Vanessa
Detomi, atribui a procura significativa dos fumantes pela intervenção à: busca
por qualidade de vida e hábitos saudáveis, restrições da sociedade ao tabagismo
e o preço dos maços de cigarros.
“Considera-se um ex-fumante uma pessoa que está
há 12 meses em abstinência de nicotina e, geralmente, são necessárias de três a
cinco tentativas para isso acontecer. Um grupo de 15 pessoas é efetivo quando
30% conseguem ficar sem fumar por um ano”, explica Vanessa.
Para o taxista Valdir Pinto, de 65 anos, a
iniciativa de procurar o grupo partiu da indicação de uma amiga. “Ela me recomendou o centro de saúde e falou
da metodologia utilizada nas reuniões. Eu gostei muito do grupo, tanto que vou
continuar a participar e incentivar outras pessoas”, afirma Valdir.
Além de procurar o apoio do programa da
prefeitura, interessados em largar de vez o tabagismo podem tomar algumas
atitudes. Veja as dicas da farmacêutica
Vanessa Detomi:
- O primeiro passo é marcar um dia para parar
de fumar, sem relação a nenhuma data comemorativa importante. E se preparar
para esse momento, eliminando os cinzeiros da casa, por exemplo.
- Há duas formas para encerrar o vício. A
gradual, em que se reduz a quantidade de cigarros ou aumenta o tempo de
intervalo entre cada um. Já na abrupta, considerada mais efetiva, a pessoa para
de fumar assim que decide.
- Se o fumante tiver a chamada fissura, que é o
desejo mais intenso e incontrolável pela substância, a recomendação é parar o
que estiver fazendo, sair do ambiente, respirar fundo e beber água. A sensação
não dura mais do que cinco minutos e não se repete mais depois de cerca de
quatro semanas.
- Adote hábitos saudáveis, como exercícios
físicos. Eles diminuem a abstinência à nicotina e conseguem proporcionar a
mesma sensação de prazer do cigarro.
*Com Prefeitura de Belo Horizonte