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Pesquisa revela que musculação reduz gordura no fígado e controla diabetes em obesos

De acordo com o estudo, esses benefícios aparecem antes mesmo da perda de peso



Créditos da imagem: Lucky Business/shutterstock.com
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Agência Brasil
01/05/19 às 20:00
Atualizado em 01/05/19 às 20:00

Exercícios de força, como musculação, podem reduzir a gordura no fígado, além de melhorar o controle da glicemia em pessoas obesas e diabéticas. É isso que diz uma pesquisa feita pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O estudo mostra que esse tipo de ganho, a partir da prática de exercícios, acontece antes mesmo da perda de peso.

“Muitos estudos sobre exercícios aeróbios submetem os animais ou os humanos a um período significativo de exercício físico. Consequentemente a esse protocolo de exercícios, ocorre a redução do peso corporal, então uma pergunta emerge: o que melhorou o fígado? Foi o exercício físico ou foi porque ele reduziu tecido adiposo?”, comenta Leandro Pereira de Moura, professor da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp e coordenador da pesquisa.

Os testes, feitos em camundongos, foram produzidos pelos Pesquisadores do Laboratório de Biologia Molecular do Exercício (LaBMEx) da Unicamp. Durante 15 dias de treino moderado, foi possível perceber uma melhora na queima de lipídios, o que contribui para o tratamento da doença hepática gordurosa não alcóolica, conhecida como gordura no fígado. 

O experimento

Os testes nos roedores foram feitos em três grupos: um de controle, que recebeu ração padrão (com 4% de gordura) e permaneceu magro e sedentário; um grupo alimentado com dieta hiperlipídica (35% de gordura) durante 14 semanas, ficando obeso e diabético e permanecendo sedentário; e um terceiro grupo, que recebeu a dieta hiperlipídica e, quando estava obeso e diabético, foi submetido a um protocolo de exercício de força moderado ao longo de 15 dias.

Para validar a pesquisa, o animal precisava subir uma escada com uma carga presa na cauda. Diariamente, foram feitas 20 séries, com intervalo de 90 segundos entre elas, simulando um treino de musculação para humanos. Os pesquisadores observaram que os camundongos do grupo treinado ainda estavam obesos no final do protocolo, mas tinham valores normais de glicemia em jejum. Já os obesos sedentários permaneceram diabéticos até o término do experimento.

Ao analisar o fígado das cobaias, eles notaram uma redução de 25% a 30% da gordura local no grupo treinado em comparação com os obesos sedentários. Em relação aos animais do grupo de controle, que permaneceram magros e sedentários, o índice de gordura hepática dos animais obesos e que fizeram o treinamento ainda era cerca de 150% maior.