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O que é que Santa Tereza tem?

Bairro belo-horizontino é amado por sua tradição, seus bares e seu ar de cidade interiorana



Créditos da imagem: Charles Tôrres
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Bairro tradicional de BH, Santa Tereza é querido por moradores de toda a capital
Redação Sou BH
07/12/15 às 15:57

Por Débora Gomes, jornalista do Sou BH

Um dedinho de prosa no banco da Praça Duque de Caxias, um chope gelado na Choperia Santa Tereza, o mexido ou a macarronada do Bolão, as lembranças do bar Odeon e a musicalidade embutida nas paredes do Bar do Museu Clube da Esquina. Descrevendo assim, dá até a impressão de estar em uma cidade do interior, né? Mas toda essa riqueza e tranquilidade são privilégios dos moradores e frequentadores de Santa Tereza, e que, cheios de orgulho e amor, contaram para o Sou BH o que, afinal de contas, o tradicional bairro tem!

Para a usuária Elzeni Trevenzoli Vidal, Santê, como é carinhosamente conhecido, é puro charme. “Adoro o fim de noite nos botecos de lá”, conta. O bairro foi ocupado inicialmente por imigrantes italianos e, com a fama de reduto boêmio (graças às casas de serestas e bares), recebeu diversas pessoas ligadas à arte, na década de 60, que costumavam compor, cantar e dançar pelas madrugadas.

E Vitor Menezes lembra: “Lá surgiu o movimento musical mais expressivo de Minas: o Clube da Esquina”. Sim, ele tem razão. O grupo surgiu nas ruas do bairro, da amizade entre Milton Nascimento e os irmãos Borges (Marilton, Márcio e Lô). E, já que o assunto é música, Bruno Souza e Gabriel Carvalho não nos deixam esquecer: Santê é também a terra natal dos mineiros do Sepultura.

Há quem diga ainda que o bairro remete ao interior, com toda aquela calma e tranquilidade, que raramente vemos em cidades grandes atualmente. Eliane Sampaio diz que Santê parece uma cidade a parte e Karla Lopes concorda: “Uma cidade pequena dentro de BH”. E há quem diga que, quem mora por lá, nunca mais quer sair. Marcia Bouças dá a dica: “É um bairro tranquilo, acolhedor, com famílias que se conhecem e convivem com harmonia. Tem um comércio variado e bons restaurantes. A Praça Duque de Caxias é uma delícia e sempre tem eventos onde os belo-horizontinos têm a oportunidade de se divertirem. Enfim... Santa Tereza tem arte, cultura e lazer. É bom demais da conta, sô!”.

E é justamente por ter tanta coisa escondida por suas ruas que Marco Portela até brinca: “É o tipo de bairro que você sabe como a noite vai começar, mas nunca sabe como vai acabar”. E quem nunca viu o dia amanhecer sentado com os amigos nas cadeiras amarelas do Bolão? Djalma Tonhá que o diga: “Santa Tereza conquista por seu encantamento e nostalgia! E, como se não bastasse, lá atrás (antigamente), final de noite era sempre com o tradicional macarrão do Bolão”, e ainda é, viu Djalma?

Seja pelos bares, pelas praças, pelo ar puro, pela vizinhança ou pelos anos de história, cá pra nós, Santa Tereza é um bairro que conquista pelos detalhes e simplicidade. E como disse a Mônica Mata Machado: “Quem mora aqui sabe que Santê é um tesouro a ser preservado”. E quem não mora também sabe!

*Esse texto foi escrito a partir de comentários de usuários na página do Facebook do Sou BH, respondendo à pergunta: “Por que o bairro Santa Tereza é tão querido e amado pelos belo-horizontinos?”.