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5 passos para você tirar uma ideia do papel

Para se tirar uma ideia do papel, alguns degraus precisam ser subidos



Créditos da imagem: Divulgação
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Redação Sou BH
23/11/16 às 13:18
Atualizado em 01/02/19 às 19:34

* Por Israel Salmen

Entre o insight e a realização do sonho, o caminho é longo. Quando se tem uma boa ideia, parece que o percurso é reto, simples e rápido, mas a verdade é que não é bem assim. Para se tirar uma (boa) ideia do papel, existem alguns degraus que precisam ser subidos.

Muitas pessoas me procuram para saber sobre e aprender com a trajetória do Méliuz - empresa que devolve em dinheiro parte do valor gasto em compras -, que eu e o Ofli Guimarães criamos em 2011 e, em 2016, foi aprovada como Empresa Endeavor e venceu o prêmio de Startup do Ano.

Então, aqui vão os passos que considero fundamentais a serem percorridos na hora de tirar uma ideia do papel.

1- Boa Ideia

Apenas uma boa ideia não é suficiente para se empreender, mas sem uma é impossível ter um negócio. Sua proposta tem que ser executável e atender a um desejo ou solucionar uma dor do cliente. Uma boa estratégia é pesquisar sobre novos negócios fora do Brasil.

A inspiração para começar o Méliuz veio da insatisfação com os programas de fidelidade. Eu e o Ofli ficávamos muito frustrados com os programas de recompensa existentes. Por valerem muito pouco, serem limitados a algumas lojas ou expirarem rápido, acabávamos trocando pelo o que não queríamos. Pensamos em porquê não devolver dinheiro ao invés de dar pontos. Buscamos solução no mercado internacional e chegamos ao conceito de cashback, que é justamente isso, devolver em dinheiro uma parte do valor gasto em compras, e que já existia há mais de 15 anos nos Estados Unidos, há mais de dez no Reino Unido, e era um tremendo sucesso.

2- Converse muito
Quando temos uma boa ideia, muitas vezes temos receio de compartilhá-la com outras pessoas com medo de que elas roubem o nosso grande insight. Mas a verdade é que esse é um dos primeiros (e mais comuns) erros de quem está pensando em colocar uma ideia em prática. Converse muito com seu público em potencial e, principalmente, com empreendedores que já estão no caminho há algum tempo. Validar sua ideia e aprender com os erros e acertos dos outros é uma ótima maneira de evitar que você construa sua empresa com base em achismos ou cometa erros que outras empresas já superaram.

3- Estude ainda mais
Não apenas os fundadores e diretores, mas é importante que todo o time seja comprometido a estar sempre aprendendo e se conectando com pessoas que realmente sabem sobre o que estão falando e fazendo. No Méliuz, ser autodidata e interessado em se manter atualizado são características que buscamos ao contratar novas pessoas. O que sabemos nunca é suficiente, principalmente em um mundo em constante mudança e atualização.

4- Contatos
Ter uma rede de suporte é uma das etapas mais importantes para quem quer empreender. Tanto que a maioria dos programas de aceleração oferecem mentorias às startups aprovadas. Ter com quem aprender e discutir é uma excelente forma de ter uma visão mais geral da situação e minimizar riscos. Alimente e fortaleça seus contatos sempre.

5- De olho no balde
Nem tudo está ganho como nem tudo está perdido. O balde sempre pode se encher, mas é preciso estar atento para não deixá-lo furar ou transbordar. Ter um investimento inicial pode tirar o foco na hora de começar a empreender, assim como se sentir confortável pode trazer a ilusão de que não há nada de novo e de melhor para ser feito.

No início do Méliuz, como estávamos focado na aquisição de novos usuários, acabamos não percebendo as falhas do nosso site. Apesar de sermos uma empresa de tecnologia, acabamos tercerizando a parte de TI e não validamos nosso negócio com possíveis usuários da forma como devíamos ter feito. Assim, de nada adiantava atrair mais e mais clientes se o nosso balde estava furado e eles não voltavam. Estar sempre atento ao desenvolvimento do produto é fundamental.

Israel Salmen é fundador do Méliuz e Empreendedor Endeavor, organização global que contribui para o crescimento de negócios de alto impacto ao redor do mundo. Formado em Economia pela UFMG, começou a empreender aos 14 anos. Em 2011, fundou o Méliuz, startup que devolve em dinheiro parte do valor gasto em compras em mais de 2.000 lojas na internet e em estabelecimentos físicos. Em 2015, o Méliuz gerou R$ 320 Milhões em vendas para o e-commerce e já depositou mais de R$ 20 Milhões na conta bancária dos usuários.