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Trabalho de captura e esterilização das capivaras, enfim, será iniciado na próxima semana

A previsão é de que o trabalho seja concluído em novembro de 2018



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Redação Sou BH
18/11/17 às 12:20
Atualizado em 01/02/19 às 19:12


Rodrigo Clemente/PBH

O manejo das capivaras existentes na orla da Lagoa da Pampulha vai, enfim, começar na próxima semana. Após idas e vindas, com direito à desistência da empresa que seria responsável pelo trabalho, as cirurgias começarão: serão 15 profissionais envolvidos e o contêiner onde serão realizadas as cirurgias já instalado dentro do Parque Ecológico da Pampulha.

"O contêiner já foi adaptado, recebeu piso novo e equipamentos modernos", explicou o secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck. Entre os profissionais envolvidos estão biólogos e médicos veterinários com especialização em cirurgia e anestesia. A previsão é de que o trabalho seja concluído em novembro de 2018.

Os responsáveis técnicos começaram o monitoramento e contagem dos roedores em 27 de outubro. De acordo com o coordenador de Defesa dos Animais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Leonardo Maciel, estima-se que haja entre 85 e 100 capivaras em toda a orla da Lagoa da Pampulha. 

“A equipe técnica está terminando o monitorando dos animais, que consiste em saber onde os grupos familiares se encontram e onde serão montadas as cevas para capturas. Iremos agora partir para o próximo passo que é o contato direto com os animais e a realização de cirurgias de esterilização e vasectomia” afirmou.

Leonardo Maciel explicou que, com o plano de manejo, as capivaras continuarão na orla da lagoa da Pampulha. Os roedores serão capturados, operados e após receberem aplicação de carrapaticidas e a instalação de um chip, serão soltos novamente no habitat natural deles em até 72h.

O valor investido no processo da esterilização das capivaras, cerca de R$ 500 mil, é oriundo de compensação ambiental.

Plano de ação 

A Prefeitura de Belo Horizonte está fazendo um trabalho interligado de controle da febre maculosa que envolve as secretarias municipais de Saúde e Meio Ambiente, além da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica. As capivaras não são os únicos animais hospedeiros do carrapato que leva a bactéria Rickettsia rickettsii, que causa a doença. Cavalos, cães, bovinos e aves também podem transportar o carrapato da febre maculosa. 

De acordo com Leonardo Maciel, as capivaras habitam a região Sudeste do Brasil. Os animais têm acesso à Lagoa da Pampulha por meio dos córregos localizados na região metropolitana de Belo Horizonte que deságuam na Lagoa da Pampulha. 

O plano de ação da PBH consiste em: 

•  Aplicação de carrapaticida nos cavalos que frequentam a orla da Lagoa da Pampulha.

•  Pesquisa acarológica que consiste no mapeamento das áreas onde há maior concentração de carrapatos e aplicação de carrapaticidas nesses locais. Essa pesquisa será usada como indicador da eficácia do programa, esperando-se diminuição do número de carrapatos.

•  Corte e manutenção da grama baixa para evitar a proliferação de carrapatos.

•  Esterilização dos roedores: o motivo pelo qual a PBH optou pela esterilização dos roedores e não a castração dos animais consiste que na cirurgia de vasectomia e ligadura de trompas dos animais, as capivaras não perdem o instinto reprodutivo, com isso, por se tratarem de animais territorialistas elas não deixam novos roedores se aproximarem. 

•  As capivaras adultas não transmitem a febre maculosa para os carrapatos. Apenas as capivaras filhotes podem transmitir a doença por um curto período de tempo. 

•  As capivaras serão capturadas e operadas dentro do contêiner instalado no Parque Ecológico da Pampulha. Após a cirurgia, aplicação de carrapaticidas, e instalação de um chip, elas serão soltas novamente na orla da Lagoa da Pampulha, em até 72h. A previsão de fim dos trabalhos é de 12 meses.

•  A Prefeitura de Belo Horizonte tem instalado placas de orientação na orla da lagoa da Pampulha sobre o carrapato-estrela e distribuído panfletos para a população. 

•  A Secretaria Municipal de Saúde tem orientado os médicos para o rápido diagnóstico de Febre Maculosa. Se o paciente chega ao posto de saúde com sintomas da doença após ter o contato com carrapato, ele é orientado imediatamente. 

Termo de Ajustamento de Conduta

A Secretaria de Meio Ambiente assinou, no início deste ano, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público Estadual, que estipulou um prazo de dois anos para o manejo e a esterilização das capivaras. 

Com Prefeitura de Belo Horizonte