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Seu filho tem alergia a leite? Saiba como conseguir atendimento gratuito

Ambulatório da prefeitura funciona às segundas, terças, quartas e sextas-feiras no período da manhã



Créditos da imagem: Luiza Iasmym
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Francisco sendo amamentado
Redação Sou BH
18/01/19 às 14:18
Atualizado em 01/02/19 às 19:01

Em plena fase de amamentação do filho de seis meses, Ana Clara Matos teve que mudar radicalmente sua alimentação para continuar nutrindo Francisco. O pequeno foi diagnosticado com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) depois de apresentar alguns sintomas como intestino preso, sangue nas fezes e muita irritação causada pelas cólicas fortes.

“Ele não pode comer leite e derivados porque a proteína causa inflamação em várias partes do corpo do bebê, no caso dele, foi no intestino. Por isso eu também tive que mudar minha alimentação já que continuo amamentando”, explica a mãe.

A alergia de Francisco é do tipo IGE tardio e não aparece no exame de sangue. O diagnóstico veio com a pediatra, que já tratou outros casos. “Para mim foi fácil descobrir porque a pediatra do meu filho é a mesma que cuidou de mim quando criança e eu tive o mesmo problema. O mais difícil mesmo foi lidar com a restrição alimentar, mas nosso diagnóstico foi tranquilo”. 

Infelizmente, nem todo mundo tem conhecimento e consegue reconhecer rápido os sintomas da alergia a proteína do leite, muito menos pagar um acompanhamento especial para a criança. Para ajudar no diagnóstico e tratamento da doença, a Prefeitura de Belo Horizonte oferece um ambulatório especializado para pacientes com alergia alimentar na Unidade de Referência Secundária Saudade.

O atendimento é feito por uma equipe com vários profissionais como pediatra, alergologistas, gastroenterologista, nutricionistas, enfermeiras, assistente social, farmacêutica.

O encaminhamento dos pacientes é feito pelos médicos dos centros de saúde por meio de agendamento direto na unidade por contato telefônico. O ambulatório de alergia a proteína do leite de vaca funciona às segundas, terças, quartas e sextas-feiras no período da manhã. Por semana, são realizados, em média, 10 testes de provocação para o diagnóstico e cerca de 30 consultas ambulatoriais.

       
Francisco comendo brócolis Foto: Arquivo pessoal Ana Clara Matos

Alergia

A hipersensibilidade a proteína do leite é mais comum na infância e acomete de 5 a 10% das crianças com até dois anos de idade. Entre os vários tipos existentes, a alergia a proteína do leite de vaca é a mais comum nessa faixa etária.

A médica alergologista, pediatra e pneumologista infantil, Marisa Lages Ribeiro explica que a alergia alimentar se manifesta de duas formas principais: alterações na pele ou no intestino. “As chamadas urticárias deixam a pele empolada e avermelhada, coçam e aparecem logo após o contato, na região da boca ou no corpo, nas primeiras duas horas. A alergia pode causar também cólicas, vômitos, diarreia e às vezes sangue nas fezes. Esse tipo de reação pode causar desidratação”.

A médica reforça também que, mesmo o bebê fazendo uso de leite materno, a mulher deve ficar atenta a esses sintomas. “O leite materno é o principal alimento da criança e deve ser oferecido exclusivamente ao peito, até os seis meses de idade, pelo menos, ou deve ser mantido enquanto a mãe puder continuar amamentando. O aleitamento materno é uma das principais formas de prevenir os processos alérgicos ao longo da vida, além de prolongar o vínculo mãe e filho e do aspecto nutricional e emocional”, aconselha.

Com PBH