Minas Gerais registra 61 mortes por febre amarela e 164 casos confirmados
Mesmo com o número de mortes, letalidade da doença caiu de 80% para 37,2%
Por Júlia Alves
Após o decreto de emergência da
saúde pública, Minas Gerais chega a 61 mortes e 164 casos confirmados de febre
amarela na tarde desta terça-feira (6). Mesmo com os novos números, a Secretaria
de Estado de Saúde (SES) reforçou, em entrevista coleta na Cidade Administrativa, a diminuição da letalidade da doença e o teste
de novos medicamentos para atender os pacientes mineiros e rechaçou a possibilidade da adesão de vacinas fracionadas em Minas.
Com os casos confirmados e o novo
balanço de óbitos em decorrência da febre amarela, ainda existem 301
ocorrências sob suspeita sendo investigados em todo o Estado. Em BH, foram registradas três mortes, apesar de ainda não ter ocorrido contaminação na capital. Porém, a
letalidade da doença em Minas passou a ser 37,2%, em vista que na fase inicial era de
cerca de 80%.
“O
decreto de emergência em saúde pública permitiu que nós tivéssemos mais
agilidade em nossas ações. Com isso, colocamos os municípios dentro das
regionais de risco e pudemos repassar mais rapidamente recursos para estes
locais”, afirmou o secretário de saúde Nalton Moreira.
Cobertura de vacinação
Mesmo com o reforço nas ações, o Estado ainda possui cerca
de 3,4 milhões de pessoas sem vacinação. De acordo com o subsecretário de Vigilância
e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, os estoques de vacinas podem atender grande
parte da população. “Nós já distribuímos 1,5 milhão em 2018, temos mais 1 milhão
de doses em estoque, garantindo que não haverá falta da vacina e aqui não é
recomendada a dose fracionada”, afirma o subsecretário.
A cobertura de vacinação no
Estado está em 83%, mas a meta da secretaria é atingir 95% dos municípios. “Temos
áreas que ainda necessitam de ações. A preocupação maior é no Sul do Estado e
na região Nordeste. Por isso, as ações são em conjunto com os governos locais,
e destacamos veículos apropriados e equipes para chegarem às localidades de difícil
acesso, garantindo uma maior cobertura”, pontua o subsecretário.
Novos medicamentos
Com a gravidade da febre amarela,
remédios alternativos estão sendo testados para os avanços no tratamento da doença.
O Hospital Eduardo de Menezes, em parceria com a USP, está testando um novo uso
para a vacina da hepatite C em pacientes com a febre amarela. “Estamos na fase
de teste ainda, é um medicamento utilizado para o tratamento da hepatite C, e
alguns estudos mostraram uma resposta positiva contra o vírus da febre amarela”,
comenta a diretora do Eduardo de Menezes, Thaysa Drummond.
De acordo com a diretora, os
testes ainda são muito precoces e a eficácia exata do Sofosbuvir, o medicamento
já testado e utilizado para a hepatite C, não foi comprovada. “Alguns efeitos no
vírus da febre amarela foram constatados em pacientes que consentiram em
receber este tratamento, mas os testes ainda estão muito no início”, afirma Thaysa Drummond.