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Minas Gerais registra 61 mortes por febre amarela e 164 casos confirmados

Mesmo com o número de mortes, letalidade da doença caiu de 80% para 37,2%



Créditos da imagem: Divulgação/Urbel
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Redação Sou BH
06/02/18 às 20:05
Atualizado em 01/02/19 às 19:10

Por Júlia Alves

Após o decreto de emergência da saúde pública, Minas Gerais chega a 61 mortes e 164 casos confirmados de febre amarela na tarde desta terça-feira (6). Mesmo com os novos números, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) reforçou, em entrevista coleta na Cidade Administrativa, a diminuição da letalidade da doença e o teste de novos medicamentos para atender os pacientes mineiros e rechaçou a possibilidade da adesão de vacinas fracionadas em Minas.

Com os casos confirmados e o novo balanço de óbitos em decorrência da febre amarela, ainda existem 301 ocorrências sob suspeita sendo investigados em todo o Estado. Em BH, foram
registradas três mortes, apesar de ainda não ter ocorrido contaminação na capital. Porém, a letalidade da doença em Minas passou a ser 37,2%, em vista que na fase inicial era de cerca de 80%.

“O decreto de emergência em saúde pública permitiu que nós tivéssemos mais agilidade em nossas ações. Com isso, colocamos os municípios dentro das regionais de risco e pudemos repassar mais rapidamente recursos para estes locais”, afirmou
o secretário de saúde Nalton Moreira.

Cobertura de vacinação

Mesmo com o reforço nas ações, o Estado ainda possui cerca de 3,4 milhões de pessoas sem vacinação. De acordo com o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, os estoques de vacinas podem atender grande parte da população. “Nós já distribuímos 1,5 milhão em 2018, temos mais 1 milhão de doses em estoque, garantindo que não haverá falta da vacina e aqui não é recomendada a dose fracionada”, afirma o subsecretário.

A
cobertura de vacinação no Estado está em 83%, mas a meta da secretaria é atingir 95% dos municípios. “Temos áreas que ainda necessitam de ações. A preocupação maior é no Sul do Estado e na região Nordeste. Por isso, as ações são em conjunto com os governos locais, e destacamos veículos apropriados e equipes para chegarem às localidades de difícil acesso, garantindo uma maior cobertura”, pontua o subsecretário.

Novos medicamentos

Com a gravidade da febre amarela, remédios alternativos estão sendo testados para os avanços no tratamento da doença. O Hospital Eduardo de Menezes, em parceria com a USP, está testando um novo uso para a vacina da hepatite C em pacientes com a febre amarela. “Estamos na fase de teste ainda, é um medicamento utilizado para o tratamento da hepatite C, e alguns estudos mostraram uma resposta positiva contra o vírus da febre amarela”, comenta a diretora do Eduardo de Menezes, Thaysa Drummond.

De acordo com a diretora, os testes ainda são muito precoces e a eficácia exata do Sofosbuvir, o medicamento já testado e utilizado para a hepatite C, não foi comprovada. “Alguns efeitos no vírus da febre amarela foram constatados em pacientes que consentiram em receber este tratamento, mas os testes ainda estão muito no início”, afirma Thaysa Drummond.