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Mineira que criou um dos melhores álbuns de 2018 se apresenta em BH em fevereiro

Vocalista da banda Todos os Caetanos do Mundo, Julia Branco faz show solo e fala sobre a carreira e planos para uma turnê



Créditos da imagem: Florence Zyad
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Redação Sou BH
22/01/19 às 19:28
Atualizado em 01/02/19 às 19:01

*Por Jordânia Andrade

Formada em artes cênicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Julia Branco teve seu primeiro contato com a arte na Escola de Teatro da UFMG. O gosto pela música surgiu com o hábito de cantar nos espetáculos que apresentava e, com a ajuda de outros músicos da área, Julia contribuiu na criação do projeto Todos os Caetanos do Mundo, em 2009, sendo uma das vocalistas da banda. Aos poucos, a jovem foi se identificando mais com a música do que com a atuação.

A 'veia' de compositora surgiu depois de participar do projeto Salve Compositor, do Sesc Palladium, onde os convidados teriam que cantar suas próprias criações. Depois de revirar alguns escritos, Julia passou a enxergar uma nova vertente que, até então, era pouco explorada. Daí, surgiu a ideia de gravar um disco solo com músicas autorais.

Para o projeto, Julia convidou o produtor Chico Neves, que já trabalhou em álbuns de vários artistas brasileiros como Nando Reis, O Rappa, Lenine, Arnaldo Antunes, entre outros. Mesmo durante o processo, a cantora ainda não se via como uma compositora em potencial e continuava ligada à carreira de atriz. Foi durante um bate papo com o produtor que surgiu uma nova proposta: começar o trabalho a partir de um roteiro de uma peça de teatro, com começo, meio e fim. A cantora reuniu todos os textos escritos que estavam guardados, além de poemas e músicas pré-iniciadas.

Com o roteiro em mãos, Julia se uniu à multi-instrumentista Luiza Brina para entender qual seria a sonoridade do disco. No estúdio, as artistas buscaram a melodia ideal para cada música, explorando novos instrumentos e evitando o uso da guitarra nas gravações. O resultado foi um disco com 11 faixas autorais. 

Soltar os Cavalos

É a mistura de vários estilos, sem se prender a nenhum. O novo álbum de Julia Branco, que foi eleito um dos melhores do ano de 2018, pela Folha de São Paulo, une um pouco da bossa nova com o jazz e ainda exprime muito da música eletrônica e brasileira. O nome do disco surgiu sem muita explicação, mas foi tomando formas ao revelar o que é, de fato, soltar os cavalos: "é um nome que eu achava um pouco estranho, mas ao mesmo tempo, me causava uma sensação diferente. Nem sempre o cavalo é associado às mulheres, e meu disco fala muito do universo feminino. E soltar os cavalos é isso, é ser selvagem, desbravar caminhos, se desligar daquilo que temos vergonha. É ser forte. De uns tempos pra cá, vejo que as mulheres estão se ligando mais a esse lado selvagem e bravo", comenta Julia. 

No disco, há uma predominância feminina proposital, onde a maior parte da produção foi executada por mulheres. Como é o caso da faixa 30 Anos, cantada em parceria com Letícia Novaes, a Letrux. Julia explica que é necessário que haja uma mudança no mercado da música, com mais participação feminina. E para isso, é preciso que se inclua mais mulheres em cenários ainda pouco habitados por elas, como por exemplo, em juris de festivais de música. "É importante que a gente fortaleça umas às outras, eu mesma, procuro ter minha equipe cada vez mais feminina, sem excluir os homens, claro, mas fazer um exercício de incluir mais mulheres nos processos de produções artísticas."

Verão Arte Contemporânea 

Julia planeja uma turnê solo pelo Brasil ainda para este ano, mas enquanto isso não se concretiza, a cantora faz seu primeiro show em 2019 na 13ª edição do Verão Arte Contemporânea (VAC), dia 14 de fevereiro, às 20h, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB). Os ingressos custam entre R$ 15 e R$ 30 e já estão à venda na internet e na bilheteria do CCBB. 

*sob supervisão da editora-chefe, Érika Gimenes