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Memorial dos Direitos Humanos será inaugurado no final deste ano em BH

O projeto é do governo de Minas Gerais e ficará na antiga sede do Dops



Créditos da imagem: Marcelo Sant'Anna/Imprensa MG
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Redação Sou BH
10/04/18 às 14:59
Atualizado em 01/02/19 às 19:28

O edifício onde funcionou o extinto Departamento de Ordem Política e Social (Dops) da época da ditadura militar, na avenida Afonso Pena, na região Centro-Sul de BH, dará lugar ao Memorial dos Direitos Humanos Casa da Liberdade. O projeto é do governo de Minas Gerais e foi apresentado na última segunda-feira (9) no Palácio da Liberdade. A previsão é de que o memorial fique pronto no final deste ano.

A criação do memorial no prédio que abrigou o Dops foi uma recomendação do relatório final da Comissão da Verdade no Estado, apresentado em dezembro do ano passado. O documento traz o resultado das investigações sobre as violações de direitos humanos entre 1946 e 1988, com foco maior sobre o período em que vigorou o regime militar.

Durante a ditadura, as estruturas do Dops foram utilizadas para prisão e tortura de militantes e opositores. O edifício é um dos 98 locais em Minas Gerais utilizados para a repressão, conforme aponta o relatório da Comissão da Verdade. O próprio governador Fernando Pimentel (PT) chegou a ficar preso no edifício. 

De acordo com o projeto, o Memorial dos Direitos Humanos Casa da Liberdade terá salão para exposições e eventos culturais, espaços para oficinas e seminários, salas para reuniões e um centro de pesquisa sobre a história política do país que reunirá documentos de repressão produzidos tanto no período da ditadura militar como do Estado Novo. "A implantação do memorial ainda tem como objetivo conscientizar os cidadãos sobre os acontecimentos do passado para evitar que eles caiam no esquecimento e não se repitam no futuro", acrescenta nota divulgada pelo governo de Minas.

A proposta foi elaborada com a contribuição da historiadora Heloísa Starling, professora da UFMG, onde coordena o Projeto República, núcleo de pesquisa e documentação da história recente brasileira, criado em 2001. O projeto arquitetônico é assinado por Gringo Cardia. Como o edifício do Dops foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) em 2015, as intervenções deverão ser realizadas conforme as diretrizes existentes para a proteção ao patrimônio.

Da Agência Brasil