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Lô Borges, Milton Nascimento e a escada no meio do caminho

Prestes a fazer um balanço da carreira em seu novo show, Lô conta os bastidores de uma das parcerias de maior sucesso da MPB



Créditos da imagem: Flávio Charchar
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Redação Sou BH
06/11/18 às 16:45
Atualizado em 01/02/19 às 19:42

Por Camila Saraiva

Um encontro inesperado nas escadarias do edifício Levy, na avenida Amazonas, rendeu aos brasileiros uma relíquia musical: o Clube da Esquina. A história começou quando Lô Borges, com apenas 10 anos de idade, conheceu Milton Nascimento enquanto ia comprar pão para o café da tarde. “Estava descendo e fui escutando um som de voz e violão. Quando eu chego no quinto andar, estava lá nada mais, nada menos do que o Milton Nascimento, um ilustre desconhecido. Um cara que não tinha iniciado nem a carreira dele de compositor ainda e o destino nos colocou frente a frente ali”, detalha Lô.

Do encantamento do garoto com o talentoso jovem de 20 anos, Milton, surgiu a conversa sobre música, assunto já familiar para Lô e seus irmãos Marilton, Márcio e Telo. “Minha casa era musical, os conjuntos do meu irmão Marilton ensaiavam dentro de casa, onde tinha um piano”.

Foi no ano de 1972 que Lô Borges, aos 20 anos, gravou as canções do Clube da Esquina, ao lado de Milton e grandes compositores da Música Popular Brasileira como Fernando Brant e Ronaldo Bastos. Entre os títulos estão Cais, O Trem Azul e Nada Será Como Antes. O disco solo de Lô também foi criado no mesmo ano, às pressas, e por levar na capa a foto de um par de tênis, o projeto ficou conhecido como Disco do Tênis.

Tênis + Clube

Depois de um hiato de mais de quatro décadas, Lô Borges, apresenta na íntegra as canções do álbum solo agora registradas em DVD. “Eu tinha 20 anos quando fiz o Tênis e não saí em turnê. Esse material que a gente está fazendo é uma demanda que eu já tenho há alguns anos na minha carreira”, revela.

Entre as 24 músicas do show, nove são da época do Clube da Esquina. Para Lô, esse trabalho é um reencontro com o seu passado: “Estar envolvido agora com algo que eu fiz quando eu tinha 20 anos de idade para mim é uma renovação da minha energia com a música. O que me chama atenção é que o público se envolve com essas músicas dos anos 70 como se elas estivessem sido feitas recentemente. É um frescor”, expressa o cantor.

Para fechar com chave de ouro a turnê do DVD, nada melhor que retornar aos palcos belo-horizontinos. Na próxima sexta (9), ele faz show no Grande Teatro do Sesc Palladium. Lô Borges destaca algumas letras inspiradas em Minas Gerais e que estão no repertório: Trem Azul, O Girassol da Cor do Seu Cabelo e Paisagem da Janela. “Noventa por cento das minhas músicas eu compus em Belo Horizonte. É a cidade que eu nasci, que eu escolhi para viver. Moro aqui até hoje e não abro mão”, finaliza.