FecharX

Cerol superpoderoso invade Minas e gera alerta de autoridades

Conhecida como linha chilena, mistura tem um poder de corte quatro vezes maior que o do cerol



Créditos da imagem:
Main grey
Redação Sou BH
14/08/17 às 19:31
Atualizado em 01/02/19 às 19:04


Polícia Civil fechou a maior fábrica clandestina de linha chilena da capital mineira (Divulgação/Polícia Civil)

Uma nova mistura de cola com um poder de corte quatro vezes maior que o do cerol. Essa é a linha chilena, que vem ganhando mercado e espaço entre os adeptos de soltar papagaios - ou pipas. O equipamento tem gerado preocupação nas autoridades policiais, que reforçam a necessidade dos pais ficarem atentos "ao tipo de linha que os filhos estão consumindo".

Nesta terça-feira (8), a Polícia Civil informou que fechou a maior fábrica clandestina de linha chilena da capital mineira. "Talvez a maior de Minas Gerais", classifica o delegado Rodrigo Damiano, responsável pelas investigações.

Feita a partir de pó de quartzo e pó de alumínio, a linha começou a ser produzida, inicialmente, no Chile, por isso o nome. Em 15 de junho deste ano, um menino de 5 anos morreu após ser atingido no pescoço no bairro Bela Vista, em Ibirité, na Grande BH.

Operação

Após uma investigação que durou dois meses, os policiais conseguiram identificar a fábrica responsável por abastecer o comércio de cerol e linha chilena em toda a capital, e, em especial, na região do hipercentro.

Na última sexta-feira (4), foi realizada uma operação no estabelecimento, no bairro Vila Vista Alegre, na Zona Oeste de BH, onde foi presa em flagrante Vanessa de Fátima Teodoro Neto, de 43 anos, por crime contra as relações de consumo: “vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo”, cuja pena é de detenção de dois a cinco anos ou multa. 

Ela foi solta no dia seguinte, através de fiança arbitrada pela Justiça, e não possuía antecedentes criminais.

No terraço da casa de Vanessa, a polícia descobriu a fábrica onde era produzida a linha chilena, que, de acordo com as investigações, era vendida por ela e outros suspeitos, ainda não localizados. Foram apreendidos 11 maquinários para produção de linha, 74 frascos de cerol, além de pó químico de mistura de vidro, cerca de 50 mil metros de linha e anotações de contabilidade.

De acordo com o apurado, a fábrica vinha funcionando há três anos. Para se ter uma ideia do lucro que a ela trazia, o menor carretel disponibilizado para venda, com 400 metros, era vendido de R$ 20 a R$ 30. Já o maior, com 12 mil metros, era vendido a quase R$ 400. Mas a precisão dos valores movimentados através da fábrica só será possível após perícia contábil nas anotações apreendidas.

Com Polícia Civil