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Lazer e passeio atraem mais turistas a BH

Com a crise, redução do número de eventos e de viagens de negócios está alavancando o segmento na Capital



Créditos da imagem: Banco de imagens
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Pela primeira vez a Pesquisa de Satisfação do Turista de Belo Horizonte apontou lazer e passeio como as principais motivações para uma viagem a BH
Redação Sou BH
19/06/15 às 15:51
Atualizado em 01/02/19 às 19:19

Por Daniela Maciel, do Diário do Comércio

A vocação de Belo Horizonte para o turismo de negócios parece render frutos também para outros segmentos. Pela primeira vez a Pesquisa de Satisfação do Turista de Belo Horizonte, realizada pela área de Estudos Econômicos e o Núcleo de Turismo do Sistema Fecomércio MG, Sesc, Senac e Sindicatos, em parceria com a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), entre os dias 23 e 29 de abril, apontou lazer e passeio como as principais motivações da viagem (29,3%). 

Aparecem na seqüência os que vieram em busca de negócios ou a trabalho (23,5%), visita a amigos e parentes (19,3%), serviços médico-hospitalares (8,3%), estudos ou cursos (6,4%), compras (5,4/%), congressos, feiras ou convenções (3,9%). Outros motivos foram citados por 3,3% e 0,7% vieram motivados pela moda.

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Maioria dos serviços bem avaliada

Entre os fatores que explicam a mudança estão a diminuição do número de eventos e de viagens de negócios realizadas em virtude da crise econômica e, de outro lado, a própria boa avaliação da cidade pelos visitantes corporativos, o que faz com que eles estiquem a estadia e voltem em outras ocasiões como turistas de lazer. 

A pesquisa mostrou que 74,6% dos entrevistados ficaram plenamente satisfeitos com a visita, 14,9% avaliaram que tiveram suas expectativas atendidas em parte, 9,7% disseram que tiveram as expectativas superadas e 0,8% se decepcionaram. O índice de satisfeitos plenamente vem crescendo. Em 2013, 60,4 assinalaram a opção e no ano passado, 70,9%. 

Gastos 

A permanência média diária na Capital subiu de 4,7 dias em 2014 para 6,3 dias em 2015. Neste ano, o gasto médio total na viagem em hospedagem foi de R$ 537,65. Já o gasto médio total na viagem ficou em R$ 2.130,76 para turistas sozinhos ou acompanhados, valor 5,6% superior em relação a 2014, quando o gasto foi de R$ 2.017,72.

De acordo com a supervisora de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, Luana Oliveira, a crise econômica e a inflação apareceram no aumento de custos, mesmo que a parcela de pessoas que não gastam em hospedagem, ficando na casa de parentes ou amigos, tenha subido de 46,3% em 2013, 47,5% em 2014, culminando com 55,3% em 2015. 

O gasto médio dos turistas na Capital com itens básicos de viagem, como hospedagem, alimentação, transporte e atrativos, aumentou em todas as categorias neste ano em relação a 2014. Já as despesas extras, como calçados, vestuário e bebidas, registraram queda. "O momento de crise acaba interferindo nos gastos. O crescimento do gasto médio da viagem é decorrente do aumento natural dos preços de um ano para o outro", afirma Luana Oliveira.

Para o presidente da Belotur, Mauro Werkema, a pesquisa, além de balizar o planejamento do trade e, principalmente, das políticas públicas municipais para o turismo, mostra que o caminho percorrido até aqui está correto. "Essa pesquisa mostra que a cidade está em transformação na oferta de atrativos e produtos turísticos. 

A oferta de lazer e entretenimento, e aí tem cultura, é muito importante como o segmento de negócios. Nossa vocação inequívoca é o turismo de eventos e negócios, que é o nosso principal foco estratégico. Infelizmente, estamos diante de um processo de recessão, gerando impacto sobre o segmento. No fim do ano vamos lançar um grande congresso sobre eventos em geral, com estratégias de captação e promoção da cidade", explica Werkema.

A pesquisa também perguntou como os visitantes avaliaram a infraestrutura e serviços da cidade com notas de 1 (péssimo) a 5 (ótimo). Todos os segmentos melhoram as notas em relação a 2014: sinalização turística (de 3,24 para 3,70), limpeza urbana (de 2,81 para 3,25), segurança pública (de 2,88 para 3,31), transporte coletivo (de 2,75 para 2,94), táxi (de 3,79 para 3,92), serviços de telefonia móvel (3,54 para 3,81), acesso wi-fi (de 3,17 para 3,45) e espaços para eventos (de 3,81 para 3,95).

"Para a Copa do Mundo se investiu muito em Belo Horizonte. A visibilidade da cidade aumentou muito no mundo. Prepararam-se aeroporto, placas de orientação, hotelaria, táxis. Os polos econômicos como moda, saúde, TI, gastronomia e educação também estão em transformação. Somos uma cidade de serviços. Temos um território pequeno, todo edificado, e o crescimento não vai se dar pela indústria, mas pelos serviços. Dentro disso, o turismo é uma atividade que permeia, estimula e dá suporte a todo o conjunto de atividades do terceiro setor", avalia o presidente da Belotur.