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‘Gentileza gera gentileza’: movimento de voluntários proporciona cultura para idosos

Os beneficiados são atendidos por instituições filantrópicas da capital, e recebem carinho, atenção, arte e conectividade



Créditos da imagem: Adão de Souza/PBH
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Redação Sou BH
24/12/18 às 11:03
Atualizado em 01/02/19 às 19:47

Por Izabela Ventura

As idosas que moram no asilo Recanto Feliz, do bairro Betânia, em Belo Horizonte, estão numa ansiedade só. É que, no mês que vem, elas vão começar as oficinas de informática e se conectar com o mundo por meio do Gentileza Digital. Essa é uma das vertentes do Movimento Gentileza, uma corrente do bem formada por voluntários e padrinhos em prol do bem-estar de moradores de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).

O trabalho foi idealizado pela primeira-dama de BH, Ana Laender, que, durante a campanha eleitoral, visitou algumas destas instituições. Em contato com os idosos, ela percebeu que eles sentiam falta de um olhar mais carinhoso. “São pessoas, muitas vezes, consideradas ‘invisíveis’ pela sociedade. Não votam, não têm acesso à arte e cultura. Achei que era hora de mudar isso”, conta Ana, que também é voluntária no projeto.

Com um ano e meio de atuação, o Movimento já colhe frutos positivos com as 28 ILPIs que atende. São instituições filantrópicas privadas, conveniadas à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Uma delas é o Recanto Feliz, onde moram 20 ‘meninas’ – como chamam as residentes –que já estiveram em situação de vulnerabilidade social e/ou tiveram o vínculo familiar rompido.

Em janeiro elas vão aprender, com monitores especialmente treinados e computadores adaptados, a ver shows na internet, visitar virtualmente outras cidades e, quem sabe, fazer perfis em redes sociais.

Além do Gentileza Digital, o asilo foi beneficiado pelo Gentileza nos Lares, e teve paredes grafitadas por artistas voluntários. O objetivo da iniciativa é alegrar e dar vida a ambientes e até objetos, como foi o caso das lixeiras da Praça da Liberdade, conforme noticiamos aqui.

“Outra parceria com o Movimento é o acesso à cultura: as meninas e funcionários podem assistir shows, peças e musicais, gratuitamente, no Palácio das Artes. Somos muito festeiros, e elas adoram”, relata a coordenadora do Recanto, Lúcia Helena de Paula.

Além do repasse da PBH, a instituição sobrevive por meio de doações. São bem-vindos recursos financeiros ou insumos como fraldas, produtos de limpeza, alimentos, roupas, ou um pouco do seu tempo. “Somos muito carinhosos. Por aqui, temos abraços e beijos de sobra”, brinca.

Multiplicando o bem

Outra ação apoiada pelo Movimento Gentileza, o Lacre do Bem consiste na arrecadação de lacres de latinhas de alumínio para venda à reciclagem. O dinheiro arrecadado é destinado à compra de cadeiras de rodas para pessoas com deficiência. Em fevereiro de 2019, o projeto vai ser expandido para escolas da rede municipal, num trabalho de conscientização ambiental para as crianças.

E neste mês, a cultura natalina tomou conta da sede da PBH com a exposição Natal Gentileza, composta por objetos de decoração doados, como árvores, presépio, boneco de neve, guirlandas, gnomos e muitas luzes. A mostra estará aberta para visitação até 6 de janeiro, de segunda à sexta-feira, das 10h às 20h, e das 9h às 14h nos finais de semana.

“Vamos continuar os projetos no próximo ano, e estamos de portas abertas para abraçar novas ideias que beneficiem os idosos que atendemos. Eles têm autoestima, desejos e sonhos. Eles merecem essa gentileza”, finaliza a primeira-dama.

Serviço:

Para contribuir com o Recanto Feliz, entre em contato pelos números 3383-1280 e 99657-0071. O asilo está aberto para visitas diariamente, das 13h às 17h, na rua Bonanssa, 128.