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Documentário sobre Presépio do Pipiripau estreia em BH

<p>O longa-metragem de Aluizio Salles Junior conta a história de Raimundo Machado e a criação de sua maior obra</p>



Créditos da imagem: Divulgação
Main 3 presepio
Divulgação
Redação Sou BH
12/08/14 às 13:38
Atualizado em 01/02/19 às 19:56

O mais famoso presépio de Belo Horizonte estará nas telas do cinema a partir desta sexta-feira (20). O documentário ?Pipiripau ? o mundo de Raimundo?, de Aluizio Salles Junior, foi feito por meio de um precioso depoimento de história de vida e registrado em uma simples fita cassete.

Raimundo Machado, criador do Presépio do Pipiripau e mineiríssimo narrador, conta a história de sua vida e da criação de sua obra ímpar, desde o início do século passado até os dias de hoje. Ao longo da narrativa, é possível perceber como a história se funde e se entrelaça sincronicamente com a própria história da fundação e do desenvolvimento da jovem capital de Minas Gerais, Belo Horizonte.

Em 1906, o ainda menino Raimundo Machado, compra sua primeira figura para o presépio, uma imagem do menino Jesus que aconchegou com palhas de milho em uma velha caixa de sapatos. Assim nasceu o Pipiripau. A parti daí, a cada ano, novas figuras surgiam das mãos de Raimundo ? pastores, reis magos, crianças, bois e jumentos.

Por volta de 1912, Raimundo adaptou o mecanismo de um velho gramofone, adicionando polias e correias, e o Pipiripau ganha seus primeiros movimentos. Então, não parou mais. O presépio alimentou-se da força do vapor e logo depois da energia elétrica. E as figuras multiplicaram-se.

Criando cenas e personagens sempre a partir de materiais simples, Raimundo foi aos poucos acrescentando ao seu presépio o engenho de suas criações mecânicas, adaptadas a partir daquilo que aprendia em seu trabalho nas oficinas das grandes empresas que trabalhavam para a cidade em expansão.   Raimundo continuou criando peças e cuidando do seu presépio até sua morte, em 1988. São, ao todo, 586 figuras distribuídas em 45 cenas.

O filme

Para o desenvolvimento deste roteiro foi feita uma extensa pesquisa no acervo de documentos do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, onde hoje se encontra o Presépio em restauração, abrangendo toda a vida de Raimundo Machado, com o levantamento de toda a iconografia existente e uma cuidadosa pesquisa videográfica com personagens significativos, tais como os filhos e netos de Raimundo, a Profa. Vera Alice, a então diretora do Museu Mônica Meyer e com o atual operador do Presépio do Pipiripau, Emanuel Fernandes, que foi preparado durante anos pelo próprio Raimundo Machado para este ofício.