Gentileza gera gentileza nas redes sociais?

No Dia Mundial da Gentileza, um dos ditados mais lembrados é o “Gentileza gera gentileza”. Mas em tempos de relacionamentos online, uso exagerado de redes sociais, será que ainda há espaço para ser gentil?

Para Nívea Freitas, 45, ser cordial nas redes sociais é o principal. “Eu não consigo entrar no Whatsapp sem dar bom dia, falar um oi. Por causa da correria, você não dá oi nem tchau, e o assunto fica no meio do caminho”.

A Júlia Mourão, de 29 anos, já acha bem diferente ser gentil no mundo digital e na vida presencial. “É muito fácil elogiar ou criticar na rede social. Pessoalmente tem pouca gente que dá atenção, para o que está fazendo e escuta o outro”.

O professor de sociologia da PUC Minas, Euclides Guimarães Neto, explica que atualmente as redes sociais refletem a polarização no cenário político brasileiro, que segundo ele é muito mais moral do que política. “Tem muitas forças diferentes se empoderando no mundo contemporâneo. Então as pessoas protegidas pelo anonimato preferem se manifestar de uma maneira muito franca e sincera e vira um lugar que a última coisa que acontece é a gentileza. Mas é um lugar grande demais, a gente vê outras forças convergentes que vão fazer surgir comunidades, que vão praticar a ideia de gentileza para muita coisa”, analisa.

Na opinião de Marco Cordoni, 53, ser gentil nas redes sociais é: “Quando as pessoas falam coisas positivas, mandam mensagens parabenizando pelo nascimento de um filho, um feliz aniversário ou um apoio no momento triste”.

Euclides completa: “No que diz respeito ao uso das redes sociais estamos vendo extremos numa sociedade que por um lado é completamente anti qualquer tipo de generosidade, e outro que vai transformando isso num valor cada vez mais importante”.

O João Geraldo Machado, 25, aponta que a educação e o respeito são o que orientam as atitudes de cada um, em qualquer lugar. “Depende da gente mesmo, de cada um ser educado, para assim a rede social ajudar muito”.