Corregedoria investiga possíveis irregularidades na deflagração da operação na UFMG

Depois da controversa repercussão da operação Esperança Equilibrista, da Polícia Federal, deflagrada na última quarta-feira (6), as circunstâncias da condução coercitiva do reitor e da vice-reitora da UFMG estão sendo investigadas pela Corregedoria da PF.

Diversas manifestações se seguiram à deflagração da operação, alegando a truculência, abuso e perseguição da PF à universidade. A PUC Minas e a CUT, além dos corpos docentes e discentes da UFMG, se mobilizaram. “A CUT discorda do método escolhido pela PF. Toda a operação foi um espetáculo com foco na desmoralização das instituições federais”, afirma ao SouBH Beatriz Cerqueira, presidente da CUT-MG.

Ainda de acordo com a presidente, a operação seria uma resposta às mobilizações estudantis e de universidades federais contra as reformas políticas do governo. “Toda a operação foi imediatamente colocada na mídia de forma errônea. O projeto não custou R$ 19 milhões e são 12 anos de projeto. Além do nome da operação que ironiza uma importante música contra a Ditadura Militar”, completa Beatriz Cerqueira.

De acordo com a assessoria da Polícia Federal, não houve denúncia ativa aos canais da corregedoria, mas a movimentação e as manifestações através das redes sociais motivaram o processo de investigação sobre a deflagração da "Esperança Equilibrista"

Operação

A ação ocorreu no último dia 6 de dezembro, quando uma equipe de mais de 80 policiais executaram oito mandados judiciais de condução coercitiva e 11 mandados de busca e apreensão, depois de uma investigação que apontou o possível desvio de R$ 4 milhões das obras do Memorial da Anistia Política do Brasil.

A investigação policial apontou mais de R$ 19 milhões gastos até agora, destinados na construção e pesquisas de conteúdo para a exposição. Porém, de todo o projeto planejado, que inclui uma exposição de longa duração, dois prédios anexos e uma praça de convivência, apenas a construção de um prédio foi iniciada.