A Virada Cultural pretende resgatar o costume mineiro de uma boa conversa com um café sendo coado no domingo (31), na Praça da Estação, às 8h. O costume levado tão a sério no interior de Minas ganhará vida em um café da manhã sob o comando da artista plástica Thereza Portes com quitutes preparados pelos alunos da Padaria Escola da PBH com o apoio das massas Vilma. Tudo bem no estilo casa de vó. “O café mineiro será passado à moda tradicional por 20 pessoas convidadas a coar o café, simultaneamente, ao longo da mesa. Estarão todos unidos em uma festa singela mas potente, que é também libertária e horizontal”, revela.
Chamada Mesa de Thereza, a intervenção promove o encontro e o diálogo entre os participantes, cujas histórias sintetizadas em palavras, frases ou desenhos serão bordadas, passando a compor a toalha que adorna a mesa de 40 metros. Pela sua experiência, enquanto as agulhas atravessam o tecido e as linhas coloridas desenham o pano, novas relações e histórias são construídas. “O bordado improvisado faz chão para o vai e vem da conversa em sintonia com o fluxo natural da rua. Alguns se aproximam para bordar de fato, outros, só para observar, mas a maioria acaba se engajando na conversa, inteirando-se aos poucos do café coletivo”, acredita ela.
O projeto culmina em uma mesa farta, bordada a muitas mãos com pães, bolos, biscoitos e xícaras desemparelhadas recolhidas por meio de doações, objetos que na visão da artista, já tiveram uma história e um significado para alguém. “Ao longo dos anos, foram mais de 1000 xícaras doadas por moradores do centro da cidade e amigos. Todas elas serão reunidas para serem usadas e quem quiser também pode levar a sua”, diz.
Alvorada
No mesmo dia, antes do café, às 5h da manhã, uma Alvorada da Banda da Guarda Municipal acorda a cidade e na sequência, cerca de 15 corporações musicais de Belo Horizonte e Região Metropolitana realizam um Encontro de Bandas Tradicionais, na Praça da Estação durante o café. Ao som de dobrados, gênero musical típico das bandas, além de músicas populares e folclóricas, o público irá reviver um costume que ainda permanece no interior do Brasil, quando, bem cedinho, as pessoas abrem as janelas ou saem às portas de casa para ver a banda passar.
