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Belo Horizonte vai receber exposição de Portinari

<p><span>A exposição ?Guerra e Paz, de Portinari? vai marcar a reinauguração d<span>o <span>centro cultural <span>Cine Theatro Brasil </span><span>Vallourec</span></span></span></span></p>



Créditos da imagem: Divulgação/Arvore Comunicação
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Divulgação/Arvore Comunicação
Redação Sou BH
12/08/14 às 13:37
Atualizado em 01/02/19 às 19:24

De 9 de outubro a 24 de novembro, o Projeto Portinari leva ao Cine Theatro Brasil Vallourec, localizado na Praça Sete, a exposição ?Guerra e Paz, de Portinari?, como marco da inauguração do mais novo centro cultural da cidade. As obras primas, produzidas na década de 50 por Candido Portinari (1903-1962), vão ocupar todo o palco do Grande Teatro.

Os painéis são compostos, ao todo, por 28 placas de compensado naval, cada uma com 2,2 metros de altura por cinco metros de largura e 75 quilos. A área total pintada, uma superfície de 280 metros quadrados, é maior do que a do ?Juízo Final?, produzida por Michelangelo para a Capela Sistina.

Apesar de os painéis já terem sido expostos no Rio de Janeiro e em São Paulo, a mostra em Belo Horizonte é a maior realizada no Brasil. ?É uma exposição histórica, sem precedentes, última oportunidade de ver ?Guerra? e ?Paz? no Brasil reunidos aos estudos. Nem o próprio pintor teve a chance de ver todo este material em seu conjunto?, afirma João Candido Portinari, fundador e diretor geral do Projeto Portinari, responsável pela realização do Projeto Guerra e Paz. Após a passagem por Belo Horizonte, os painéis serão expostos em Paris, antes de serem devolvidos à ONU, em junho de 2014.

A exposição

Vencedora do prêmio de melhor exposição de 2012 pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), ?Guerra e Paz, de Portinari?, ocupa todos os espaços do Cine Theatro Brasil Vallourec, oportunidade para que o público possa apreciar não só as obras do pintor, mas também a restauração de um dos mais tradicionais espaços culturais de Belo Horizonte.

O acesso será feito por meio de sessões, de hora em hora, com capacidade para 400 pessoas, cada, de 10h às 19h. A entrada será por ordem de chegada, sem a retirada prévia de senha. Antes de apreciar a beleza dos monumentais painéis, o público assistirá a um vídeo de 10 minutos sobre a história e o processo criativo de Portinari na elaboração dos painéis.

No Salão de Eventos, localizado no sexto andar do edifício, serão expostos mais de 60 estudos preparatórios para a produção de ?Guerra? e ?Paz?, elaborados pelo pintor entre 1952 e 1956. Obras de coleções internacionais particulares, desde pequenos esboços a lápis sobre papel a grandes estudos a óleo sobre madeira, merecem destaque na mostra. Nesse piso, o público também terá a oportunidade de conhecer mais sobre a história de Candido Portinari, por meio da exposição de parte do acervo do Projeto Portinari.

Uma centena de documentos históricos ? cartas, fotos, jornais de época, depoimentos e objetos pessoais ?contam, em detalhes, toda a trajetória do artista. Destaque para as obras interativas Templo Portinari, que apresenta a relação do pintor com grandes nomes da intelectualidade nas décadas de 1920 a 1950, como Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer e Carlos Drummond de Andrade, além do Carrossel Raisonné, que conta com 5 mil obras, organizadas de forma cronológica, desde a primeira pintura, feita quando Portinari tinha apenas 11 anos, até a última, inacabada.

?O acervo do Projeto Portinari não se restringe à vida do pintor, mas ao retrato de uma época. Trata-se de um trabalho precioso, exemplo internacional, de conservação e difusão da história por meio da arte?, destaca Maria Duarte, diretora geral do projeto Guerra e Paz.

A galeria do quinto andar é dedicada à releituras de ?Guerra? e ?Paz? feitas por outros artistas. São três grandes esculturas em bronze produzidas pelo artista plástico mineiro Sérgio Campos e 20 telas bordadas pela Família Dummond, de Brasília. Já o foyer superior conta com estrutura para receber crianças e adolescentes de escolas públicas e privadas que visitam a exposição por meio do programa educativo. No teatro para 200 lugares, localizado no andar térreo, serão exibidos vídeos históricos do acervo do Projeto Portinari.

Algumas curiosidades:

? Guerra e Paz: são ao todo 28 placas de madeira compensada naval, com 2,2 metros de altura por 5 metros de largura, pesando 75 quilos cada.

? A área total pintada nos painéis, uma superfície de 280 metros quadrados, é maior do que o do Juízo Final, de Miguel Ângelo, na Capela Sistina.

? Segundo Bianco, não há um centímetro quadrado nos painéis que não tenha a pincelada de Portinari, que usou pincéis pequenos, para quadros de cavalete, não pincéis maiores.

? No ?Diário Carioca? de 29.02.1956 Portinari relatou que gastou 2.500 tubos de tinta de 200g para pintar as mais de 2 toneladas de madeira.

? ?O Jornal? da mesma data informava que o valor pago a Portinari pelos 2 painéis foi Cr$2.800.000,00 (a posterior instalação dos painéis na ONU custou 20 mil dólares)

? Às 23 horas da noite da inauguração, Portinari perdeu a voz. E assim ficou por 3 dias.