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PSOL fará ato em BH para homenagear Marielle Franco; vereadora foi morta ontem no Rio de Janeiro

A parlamentar foi assassinada na noite de ontem na região central da capital fluminense



Créditos da imagem: Divulgação/Luna Costa
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Redação Sou BH
15/03/18 às 15:45
Atualizado em 01/02/19 às 19:26

O PSOL fará um ato na Praça da Estação na tarde desta quinta-feira (15) em protesto contra a morte da vereadora Marielle Franco. A carioca foi assassinada na noite de ontem na região central do Rio de Janeiro. O motorista da parlamentar também foi assassinado. Com famosos, políticos e intelectuais reagindo à morte de Marielle, o partido da socióloga em BH também prestará suas homenagens.

Em evento divulgado em suas redes sociais, o PSOL convoca todos que querem honrar a vereadora a se reunirem na Praça da Estação, no Centro da cidade, a partir das 17h30. "Hoje estão ocorrendo atos em todo o Brasil em luto à Marielle. Em BH, marcharemos todas, reunindo movimentos feministas na Câmara Municipal, até a Praça da Estação. Vão acontecer também outros eventos isolados durante todo o dia", comenta ao SouBH a presidenta do PSOL na capital mineira, Kátia Sales.

"Queremos intensificar a voz da vereadora. É uma a menos, mas não vamos nos calar, isso será um impulso para continuarmos as lutas dela. A morte de Marielle é mais um exemplo do genocídio negro no país, por isso não vamos parar de lutar", ainda pontua a presidenta. Kátia também acredita que as denúncias feitas pela parlamentar sobre a sociedade carioca e a intervenção no Estado foram agravantes para essa execução.

Personalidades reagem

Algumas personalidades, políticos e famosos reagiram à morte da vereadora na noite de ontem. Entre eles, Chico Pinheiro, Elza Soares, o presidente da República, Michel Temer, e a companheira de partido de Marielle, vereadora mais votada de BH, Áurea Carolina.   


A vereadora Marielle Franco, 38 anos, foi assassinada na noite de ontem na esquina da rua Joaquim Palhares com João Paulo I, no Estácio, região central do Rio. O motorista Anderson Pedro Gomes, de 39 anos, que dirigia o carro da vereadora, também morreu na hora. 

Uma assessora parlamentar de Marielle, que ia no banco do carona, ao lado do motorista, sofreu apenas ferimentos de estilhaços de vidro. Ela foi medicada no Hospital Souza Aguiar e liberada. A assessora passou a madrugada prestando depoimento na Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca.

Marielle foi assassinada com quatro tiros na cabeça, quando ia para casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro, quando os criminosos emparelharam com o carro da vítima e atiraram nove vezes.

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República divulgou ontem nota informando que “o governo federal acompanhará toda a apuração do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista que a acompanhava na noite desta quarta-feira, no Rio de Janeiro. O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, falou com o interventor federal no estado, general Walter Braga Netto, e colocou a Polícia Federal à disposição para auxiliar em toda investigação” finaliza a nota.

Perfil

Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016, com 46.502 votos. Nascida no Complexo da Maré, era socióloga, com mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo feito dissertação sobre o funcionamento das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) nas favelas.

Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Também coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio. No primeiro mandato, Marielle era presidente da Comissão Mulher da Câmara dos Vereadores do Rio.