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Crianças com alergia ao leite de vaca recebem tratamento gratuito em BH

Unidade de Referência Secundária Saudade tem equipe multidisciplinar especializada em diagnóstico e tratamento



Créditos da imagem: Divulgação/PBH
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Redação Sou BH
03/04/18 às 20:25
Atualizado em 01/02/19 às 19:29

Em média, 2,5% das crianças têm hipersensibilidade ao leite de vaca, o que torna as vidas delas e de seus tutores, por vezes, bastante complicadas. Para ajudar no diagnóstico, acompanhamento e tratamento da doença, a Rede SUS-BH conta com um ambulatório especializado para pacientes com alergia ao leite de vaca.

A PBH oferece o serviço na Unidade de Referência Secundária (URS) Saudade, onde os pacientes são assistidos por uma equipe composta por profissionais de diversas áreas. Médicos (pediatra, alergologistas e gastroenterologista), nutricionistas, enfermeiras, assistente social e farmacêutica atuam na avaliação de cada caso e trabalham em parceria com a família com o objetivo de proporcionar uma melhora na qualidade de vida dessas crianças.

Diagnóstico

De acordo com a pediatra e coordenadora do Ambulatório de APLV da URS Saudade, Dra. Lavínia Pimentel Miranda, diante da suspeita clínica recomenda-se a realização do Teste de Provocação Oral – (TPO) para diagnóstico da alergia. “O teste é realizado através da exclusão do alimento da dieta por um período de quatro semanas, em média, e sua posterior reintrodução. Caso haja o reaparecimento dos sintomas, confirma-se o diagnóstico de APLV. A partir daí o tratamento é iniciado e consiste em excluir o leite de vaca e derivados da dieta, de forma supervisionada”, explica.

As reações podem ocorrer de forma mais grave ou com manifestações mais brandas. Nos casos mais graves os sintomas ocorrem em até duas horas após a exposição ao leite. “A criança pode reagir ao simples contato, ou seja, alguém ingere alguma substância que tenha leite ou derivados e ao ter contato com o paciente, através de um beijo ou toque, por exemplo, ela desenvolve a reação alérgica de empolação, coceira, inchaço ou até uma dificuldade respiratória. Nestes casos, a intervenção tem que ser imediata e o paciente precisa receber um atendimento médico de urgência”, alerta a pediatra. 

Nas situações mais brandas, as manifestações são tardias e as reações geralmente são do trato gastrointestinal. “Nos casos menos graves, a criança apresenta diarreia, sangue nas fezes, vômito de difícil controle. Nestes casos, o tratamento é com a medicação sintomática, para atenuar os sintomas desencadeados pela ação da proteína no organismo”, explica.

Ainda segundo a Dra. Lavínia, 90% das crianças se tornam tolerantes à APLV até os três anos de idade. “Essa tolerância é individual, varia de acordo com cada criança. Enquanto isso, durante o tratamento, o nosso objetivo é ajudar essas crianças a terem qualidade de vida e reduzir ao máximo os riscos de exposição e possíveis reações em decorrência da alergia”, ressalta. 

Nos últimos dois anos mais de 550 crianças passaram pelo ambulatório. O encaminhamento dos pacientes é feito pelos médicos dos centros de saúde por meio de agendamento direto na unidade por contato telefônico. O ambulatório de APLV funciona às segundas, terças, quartas e sextas-feiras no período da manhã. Por semana, são realizados, em média, 10 testes de provocação para o diagnóstico e cerca de 30 consultas ambulatoriais.