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Libertadores mexe com corações e economia

Com dois times mineiros participando do torneio internacional, bares, lojas e até agências de viagens comemoram



Créditos da imagem: Reprodução
Main 130022 agasalho cruzeiro
Vendas de souvenirs aumentam com conquista de títulos
Redação Sou BH
03/03/15 às 14:02
Atualizado em 01/02/19 às 19:07

Por Daniela Maciel do Diário do Comércio

A paixão nacional pelo futebol toma em Belo Horizonte contornos especiais diante da rivalidade entre o Clube Atlético Mineiro e o Cruzeiro Esporte Clube. Galo e Raposa mobilizam multidões, são motivo de debates acalorados e movimentam a economia, não apenas quando lotam estádios. Momentos especiais como a participação dos dois clubes na Copa Libertadores da América - torneio continental interclubes - faz a alegria de diferentes setores da economia.

Os ganhos para os clubes com premiação, valorização e consequente venda de passes de jogadores, aumento na venda de títulos dos programas de sócio-torcedor, licenciamento de produtos e exposição nacional e internacional da marca são óbvios e contados em milhões de dólares, mas empreendedores mais modestos também têm motivos para torcer para que as vitórias de cada time se multipliquem.

A venda de camisas é, talvez, a ponta mais visível do comércio movido por essa paixão. As coleções de uniformes lançadas anualmente recebem tratamento de coleção de moda, com direito a desfiles e filas nas lojas. A rede de produtos esportivos Arquibancada faz até lista de espera de clientes às vésperas dos lançamentos. 

De acordo com o diretor-geral da rede, Ewerton Starling, a lista de pessoas esperando por uma camisa nova do Cruzeiro chegou a ter mais de 400 nomes. "Nos dias de jogos as vendas crescem ainda mais. Os torcedores que chegam do interior aproveitam para fazer compras e o movimento chega a ficar 22% maior", afirma Starling.

Os torcedores mais apaixonados não se contentam com a camisa e os diversos souvenirs com a marca do clube de coração. Uniformizar os animais de estimação é uma das manias mais recentes das duas torcidas. "A venda entre as torcidas é bastante equilibrada. No dia seguinte à vitória de um deles, claro que a torcida correspondente fica mais animada e gasta mais. O ritmo das vendas vai aumentando à medida que os times vão avançando e é na fase do mata-mata que ganhamos mais. Isso tem impacto, inclusive, no número de consultas que recebemos sobre a franquia, principalmente do interior", explica o diretor geral da rede.

Com a primeira loja inaugurada em novembro em Belo Horizonte, no bairro Castelo, na região da Pampulha, a rede Loja das Torcidas ainda não tem números sobre a expectativa de vendas relativas à Libertadores na Capital. Segundo o diretor da rede, Samadhi Muller, apesar de não ter o histórico de vendas para apontar um crescimento percentual, é possível prever com base no planejamento para o estabelecimento de metas que, com a participação dos mineiros na competição internacional, o aumento nas vendas chegue a 15% sobre a premissa inicial. "A Libertadores é sempre uma boa oportunidade. O vestuário é, sem dúvidas, o carro chefe de um campeonato, principalmente as camisas, porém o torneio tem o poder de impactar todo o mix", avalia Muller.

Novos produtos sempre chamam a atenção e para 2015 o capacete com a marca dos clubes tem sido a sensação. As camisas exclusivas também entram para a lista de produtos colecionáveis. "A Libertadores, para a Loja das Torcidas, é uma grande oportunidade, pois apresenta diferenciais bastante interessantes, como: primeiro campeonato do ano, envolvimento nacional e internacional, duração praticamente de seis meses. As camisas, caso o time ganhe, não saem mais das araras e geram negócios por muitos anos", exemplifica o diretor da Loja das Torcidas.