Embaixador do Irã visita o Estádio do Mineirão

O Mineirão abriu nesta quinta-feira (30) as portas para o Embaixador da República Islâmica do Irã no Brasil, Mohammad Ali Ghanezadeh, que nesta semana faz sua primeira visita oficial a Minas Gerais desde que assumiu a embaixada em 2012. O embaixador conheceu o palco do confronto entre Irã e Argentina, jogo que ocorre no dia 21 de junho.

Considerado um dos mais experientes diplomatas de Teerã, Ghanezadeh foi um dos responsáveis por emitir, em 2010, uma mensagem conciliadora para as potências ocidentais diante da escalada de tensão gerada pelo programa nuclear iraniano. Com sua visita ao Estado, o embaixador cumpre extensa agenda com o objetivo de intensificar as relações comerciais e culturais entre Minas Gerais e o Irã.

O senhor tem alguma estimativa de turistas iranianos que virão ao Brasil para a Copa do Mundo?

Minha expectativa é que durante os jogos da Copa muitos iranianos venham ao Brasil. Certamente teremos a presença da torcida do Irã em Minas Gerais para o jogo contra a Argentina. De modo geral, eu tenho observado um aumento da presença dos turistas iranianos no Brasil, assim como há cada vez mais brasileiros indo conhecer o Irã. Não será diferente na Copa.

O futebol é um esporte popular no Irã, não é mesmo? Qual a impressão do Irã e do povo iraniano sobre a copa no Brasil?

Vocês sabiam que história do futebol no Irã é centenária? Pois então, há cem anos o futebol chegou ao nosso país com os ingleses que, na época, atuavam na exploração de petróleo. Desde então o futebol é bem popular por lá, e em 1947 nos tornamos membros da FIFA.

Esta será a quarta participação do Irã em Copas do Mundo e seguramente a população iraniana está entusiasmada para assistir aos jogos, em especial por acontecerem no Brasil. Para além das belezas naturais, o Brasil é muito conhecido no Irã por conta do bom futebol. Muitos jogadores brasileiros atuam em equipes iranianas. Estou convicto que os iranianos vão acompanhar passo a passo a Copa e, por isso, espero que tudo ocorra em um ambiente alegre e tranquilo.

Além dos jogadores que atuam no Irã, quais nomes nacionais são ídolos dos torcedores iranianos?

Para que você tenha uma ideia, nós temos um time no Irã que o uniforme é igual ao da seleção brasileira. Pergunte a qualquer iraniano e verá que eles conhecem bem o futebol do Brasil. Ronaldo, Neymar, Rivaldo e Pelé, por exemplo, são bem conhecidos em todo o país.

Brasil e Irã são culturas bem diferentes.

Na sua visão, o que é necessário para recebermos bem os torcedores do Irã? Há algo de especial que os hotéis e restaurantes devem ter para abrigar bem a seleção e torcedores do Irã?

É verdade que temos diferenças, mas com um olhar mais profundo encontraremos grande harmonia entre as duas culturas. Sabemos que hoje em dia a indústria turística compartilha valores universais. Como somos países mulçumanos, os hotéis e restaurantes poderiam oferecer alimentação à forma islâmica, comidas Halal, como chamamos. Isso ajudaria a atrair mais turistas não só do Irã, mas de outros países mulçumanos.

O senhor acredita que a Copa do Mundo pode ajudar a ampliar as relações comerciais e culturais entre Minas e Irã?

Certamente a Copa irá ajudar, uma vez que neste período acontece um contato direto entre estrangeiros e brasileiros, que trocam informações culturais e também aproveitam para estabelecer relações de comércio. Além disso, é natural que os iranianos, por meio da internet, busquem mais informações sobre o Brasil, Minas Gerais e as atividades relacionadas à Copa.

Recentemente uma grande empresa de comunicação brasileira enviou uma equipe ao Irã para fazer uma reportagem sobre a nossa cultura. Igualmente, empresas de comunicação iraniana já estão fazendo o mesmo. Esse tipo de atividade, característica da época de Copa do Mundo, ajuda a ampliar as relações entre as regiões. A interação através dos meios de comunicação permite que ambos os lados conheçam as potencialidades, servindo de base para incrementar as relações em diversas áreas.

Agência Minas