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Casais rivais em campo

Conheça história de casais em que a rivalidade no futebol é forte



Créditos da imagem: Camila Ribeiro
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Casais rivais no time e fortes no amor
Redação Sou BH
26/11/14 às 15:18
Atualizado em 01/02/19 às 19:06

Por Camila de Ávila, jornalista do Sou BH

“Pra aumentar meu tormento, meu irmão, eu sou Galo e ela é Cruzeiro”. Este trecho da canção “Galo e Cruzeiro” do cantor e compositor mineiro Vander Lee, retrata bem o que acontece em dia de clássico, quando o casal tem em sua vida essa divisão: a do time de futebol.  Brincadeiras a parte, podem acontecer brigas verdadeiras quando Cruzeiro e Atlético entram no relacionamento. Será?

Casados há 55 anos, seu Ivair, atleticano, e dona Marlene, cruzeirense, dizem viver em paz. “Nunca chegamos a brigar”, conta seu Ivair orgulhoso. Ele admite até que chegou a levar dona Marlene ao estádio para assistir ao jogo do Cruzeiro. “Fiquei torcendo contra escondido, fazia figa contra o Cruzeiro, mas não deixava ela ver”, ressalta.  “Nunca ia deixar de me casar com ela por causa do time. O amor está acima disso. Mas em dia de jogo, ela fica assistindo no quarto e eu na sala”, diz. “Temos cinco filhos e quatro são atleticanos. Dos nossos 12 netos, só quatro torcem pelo Cruzeiro”, conta dona Marlene, que diz que fica com dó do marido quando o Atlético perde. “Não gosto de ver o Atlético perder porque ele fica triste”.

O casal Camila e Tiago, que estão juntos há oito anos, já discutiu algumas vezes por causa da rivalidade dos times.  “Nos víamos semanalmente e vez ou outra ela aparecia com a camisa do Atlético. Eu, como sempre, apaixonado pelo Cruzeiro, me sentia incomodado, mas como evitávamos falar de futebol, acreditei que ela apenas se simpatizava com as cores alvinegras”, explica Thiago. Camila conta que já rolou até briga por conta dos times. “Não torço contra o Cruzeiro, apenas torço pelo Galo. Só que o Tiago torce contra o Galo. Ele aproveitou o embalo do Brasileirão (domingo, 23 de novembro) para começar a zuar o Atlético e não gosto dessa atitude”, conta Camila contrariada.

Lorran e Thalita se conheceram na faculdade de publicidade e propaganda. “Quando ela descobriu que eu torcia para o Cruzeiro, disse que abriria uma exceção para mim porque não gostava de ter casos com cruzeirenses”, conta. Thalita gosta de assistir aos clássicos com o namorado porque, segundo ela, ele dá sorte. “Eu sou mais ‘engraçadinha’ que ele e, consequentemente, a mais esquentadinha. Não conseguimos evitar as piadinhas, mas procuramos a hora certa de fazer”, diz.

O casal Renata e Cícero prefere não ficar juntos durante o jogo. “Nos dias de clássicos, ficamos juntos antes do jogo e depois cada um segue seu caminho e vai ver o jogo com sua turma, nos respeitamos e aceitamos muito bem”, explica a cruzeirense Renata. Já Cristiane e Leo, tiveram uma pequena discussão quando o Cruzeiro ganhou a Tríplice Coroa. “Ele quase me expulsou do carro porque ele estava dirigindo e eu enfiava a mão na buzina pra qualquer um que passava”, conta.

O compositor Vander Lee disse que a canção “Galo e Cruzeiro”, não passa por essa questão. “Na verdade não existe ela cruzeirense na minha vida. Fiz a música meio por acaso, vários casais se identificaram. Sou Galo, mas nunca vivi isso, deve ser interessante, acende as paixões”, explica o artista. Vander acredita que o futebol deve sim interferir na vida de um casal. “Essa coisa de horário sagrado do futebol para os homens, as ‘peladas’ de fim de semana, a falta de atenção nessas horas. As mulheres reclamam, né? Mas também une quando os dois gostam, é sempre um momento bom para desestressar, quebrar o gelo”, constata.

Ao final quem saiu ganhando, dessa vez foi BH e Minas Gerais. Pelo segundo ano consecutivo pertence a Minas o melhor futebol do Brasil. “Ela finge que não, mas no seu coração ainda sou artilheiro. Só faz isso porque, meu irmão, eu sou Galo e ela é Cruzeiro”.

Veja na integra as entrevistas dos casais das matéria aqui


Seu Ivair e dona Marlene, casados há 55 anos, são rivais só na torcida.