FecharX

A volta dos fliperamas

Empresa da Capital inovou no processo de produção e desenvolveu equipamentos que cabem em carros comuns



Créditos da imagem: Banco de imagens
Main 125043 a volta dos fliperamas
Fliperamas para eventos são a aposta de engenheiros mineiros
Redação Sou BH
22/04/15 às 11:53
Atualizado em 01/02/19 às 19:17

Por Thaíne Belissa, do Diário do Comércio

Boa parte da geração Z (nascidos na década de 90) tem como referência de games os títulos produzidos para Xbox 360, Nintendo Wii e PlayStation, mas poucas conhecem os tradicionais fliperamas, que eram a principal forma de entretenimento de muitas crianças dos anos 80. E foi exatamente os fliperamas a oportunidade de negócio encontrada por dois engenheiros mineiros, que apostaram na fabricação do equipamento mesmo em um contexto de domínio dos jogos na internet. De olho no mercado de eventos e apostando no saudosismo das pessoas em relação ao brinquedo, eles criaram a Happy Games, que fabrica fliperamas com design inovador e alugam para eventos e estabelecimentos. 

A empresa foi criada em 2012, quando os sócios Victor Hugo Soares e Washington Eustáquio Maia fizeram um pequeno investimento de R$ 3 mil na fabricação de dois equipamentos. Como não tinham capital para investir na compra de veículos para o transporte das máquinas, os engenheiros inovaram no processo de produção e desenvolveram equipamentos com partes segmentadas e desmontáveis que cabem em carros comuns. A ideia facilitou não só o transporte, mas também a montagem do equipamento nos eventos. 

"Tínhamos carros populares que cabiam até três fliperamas. Então começamos a bater de porta em porta, mas durante dois meses só recebemos ''nãos". Estávamos tentando vender, mas a maioria das empresas estavam acostumadas a comprar os equipamentos de São Paulo", relata. Os sócios persistiram no negócio e passaram a investir em propaganda e em um site institucional. Aos poucos o mercado foi se abrindo, principalmente na área de eventos. 

De acordo com Soares, o equipamento passou a ser buscado para eventos corporativos, colônias de férias e principalmente festas de aniversário. Segundo ele, a máquina é fácil de ser instalada mesmo em pequenos ambientes, como residências. "O equipamento é muito requisitado para festas porque chama a atenção pela quantidade e diversidade de jogos. Além disso, tem a questão do saudosismo da geração que jogou fliperama na infância, então mutos clientes querem ter a oportunidade de brincar de novo ou mostrar aos filhos como ele se divertia", diz. 

Ao longo dos últimos anos, os engenheiros foram aperfeiçoando sua produção e incorporaram outras máquinas de entretenimento. Hoje, além dos 30 fliperamas, eles oferecem máquina de música, karaokê, máquina de dança, paintball, air disco e simulador de corrida. De acordo com Soares, entre os principais diferenciais dos equipamentos estão o design, que traz cores e formatos mais atraentes, e a composição de materiais. "Conseguimos modernizar os equipamentos, então eles são mais leves e não esquentam tanto quanto os de antigamente", diz. 

A empresa lucra com as máquinas de três formas: locação por evento, locação mensal e venda. O preço médio do aluguel por evento é R$ 200, enquanto que o mensal é R$ 300. Já o equipamento novo custa R$ 3.500. Para 2015, a expectativa é crescer 30% em número de clientes e, conseqüentemente, em faturamento. Os sócios também querem dobrar o número de máquinas de air disco: hoje a Happy Games disponibiliza quatro equipamentos, mas a meta é chegar até o fim do ano com oito.